Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.
Beethoven
Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.
Beethoven
A surdez de Beethoven não era uma deficiência. Foi uma dádiva dos Céus.
Incapaz de escutar as vozes exteriores, estava em condições de ouvir
dentro de si próprio a voz de Deus.
Vitaly Margulis (n. Charkov, Ucránia 1928)
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até à morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
— parte do verso da Ode à Alegria, de Friedrich Schiller, utilizado por Ludwig van Beethoven.
Austero com aspecto sombrio
Foi assim que o Mundo alheio o percebeu.
Mas, veio Deus e de glorias o cobriu
por um talento nato que lhe ofereceu.
Beethoven tomado pelo dom curvou-se ao piano
escrevendo talentosas partituras, cifrando sons... cresceu...
Um dia, emudeceu-lhe o barulho que o rodeava insano
e ele com lágrimas de amarguras ensurdeceu.
Lá do alto uma luz se agiganta e com o alarde a terra canta;
pois, uma estrela em fase Si nasceu e em fase Dó suplanta...
Mas, o Gênio no ostracismo enclausura-se pela vida que viveu.
Correm as notas por um céu mágico, que e em raios
fazem estrondar no mundo as sonatas, sinfonias em pastoral...
Perpetuando sua música eternamente fenomenal!
Rose Arouck
Beethoven vivia um desses dias tristes, sem brilho e sem luz. Estava muito abatido pelo falecimento de um príncipe da Alemanha, que era como um pai para ele.
O jovem compositor sofria de grande carência afetiva. O pai era um alcoólatra contumaz e o agredia fisicamente. Faleceu na rua, por causa do alcoolismo.
Sua mãe morreu muito jovem. Seu irmão biológico nunca o ajudou em nada, e, além disso, cobrava-lhe aluguel da casa onde morava.
A tudo isto soma-se o fato de sua doença agravar-se. Sintomas de surdez começavam a perturbá-lo, ao ponto de deixá-lo nervoso e irritado.
Beethoven somente podia escutar usando uma espécie de trombone acústico no ouvido, o que seria para nós, hoje, um tipo de aparelho auditivo.
Ele carregava sempre consigo uma tábua ou um caderno, para que as pessoas escrevessem suas idéias e pudessem se comunicar. Mas elas não tinham paciência para isto, nem para que ele pudesse ler seus lábios.
Notando que ninguém o entendia nem o queria ajudar, Ludwig se retraiu e se isolou. Por isso conquistou a fama de misantropo.
Foi por todas essas razões que o compositor caiu em profunda depressão. Chegou a redigir um testamento dizendo que ia se suicidar.
Mas como nenhum filho de Deus está esquecido, vem a ajuda espiritual através de uma moça cega, que lhe interpela, quase gritando.
Ela morava na mesma pensão pobre, para onde Beethoven havia se mudado, e lhe confessa que daria tudo para enxergar uma noite de luar...
Ao ouvi-la Beethoven se emociona até as lágrimas...
Afinal, ele podia ver! Ele podia escrever sua arte nas pautas...
A vontade de viver volta-lhe renovada e ele compõe uma das músicas mais belas de todos os tempos.
Beethoven era canhoto, desorganizado com seus pertences e não gostava de tomar banho. Consta que seus (poucos) amigos levavam suas roupas sujas sem que ele percebesse e as devolviam limpas.
Na sala de reunião de uma multinacional o CEO nervoso fala com sua
equipe de gestores. Agita as mãos mostra gráficos e olhando nos olhos de
cada um ameaça: "ninguém é insubstituível" . A frase parece ecoar nas
paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se
entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o CEO se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? – o CEO encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui o Beethoven?
Silêncio.